21 fevereiro, 2011

um dia digo que sim

(...)
Eram essas confusões na minha cabeça que não me deixavam sequer raciocinar. Só pedia que por vezes estivesses ainda mais perto, de mim e de nós, para perceber o que era isso que tomava conta do meu cérebro, ou talvez do coração pois bem sabia que nunca o meu cérebro me deixaria sentir algo tão ridículo e irracional, demasiado para eu mesma entender. Era até reconfortante pensar que eu não era "essa", tal como tu não eras "esse", no entanto inútil pois em segundos a tua imagem regressava ao meu pensamento e teimava em ficar. Tentava abstrair-me com tudo o que me rodeava, música ou cigarros mas de pouco valia. Esse teu jeito cativava-me havia já muito tempo e o meu desespero por paz era quase evidente no sorriso que tentava esboçar. Devias estar aqui - pensava inconsequentemente, mas tino naquele momento era desnecessário, apenas os pensamentos loucos são verdadeiros. Vejo-te aproximar de mim e quase senti que o universo estava contra mim, karma ou não, quis retirar o pensamento inconsequente que ainda há pouco tivera. Mal dei conta estavas sentado do meu lado sem dizer uma palavra e por muito que tentasse obrigar o meu olhar a desviar-se de ti era capaz de ver que me olhavas fixa-me.
- O que foi?
- Nada, só queria olhar para ti-respondeste com um sorriso enquanto te levantavas e me forçavas a largar o muro onde estava debruçada. Queria sair dali para acabar com o tormento no meu peito. Seu coração cobarde, diz o que queres.

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