11 abril, 2011

2 # carta para a tua paixão

minha paixão, hoje relevo um pouco de ti em mim, não bem numa carta mas do modo mais sincero possível. desde que me lembro pertencer-te era o meu sonho e lutei para te honrar. hoje penso ser capaz disso e por isso escrevo sobre o que és dentro de mim, pois ao fim de 15 anos posso respirar de alívio por te respirar a ti.
semanas de treinos intermináveis até que cada passo saia naturalmente e cada expressão se torne tão leve como o corpo. as dores são suportáveis, embora o cansaço acabe por levar a melhor sempre que a adrenalina desce. rezamos, pedimos a uma força maior ou a nós mesmas, confiamos à nossa alma o poder de tornar aqueles poucos minutos memoráveis. apenas esperamos que quando a música parar, muitos estejam de pé a aplaudir. nada podemos pedir mais, uma dúzia de aplausos compensa qualquer dor ou esforço excessivo e faz com que as horas fechadas diante daqueles seis espelhos continuem a valer a pena. quando a hora se aproxima, sim somos a seguir, um frio percorre-nos todos os ossos possíveis e imaginários e os nervos estão à flor da pele, recusam-se a partir até que a batida começa e um passo sai atrás do outro. é tudo ou nada, o momento para entregar a vida à nossa paixão e apenas esperar ser dignas de uma ovação. esperar não, lutar. lutar com todas as armas, fazer deste sonho a vida que desejamos e não desistir por muito ofegante que seja a respiração, por muito que custe esboçar um sorriso. a atitude fará de nós as rainhas daquele dia, daqueles minutos. crescemos diante os mil que observam atentamente cada passo e vêm a nossa confiança suportar o medo de falhar. somos grandes juntas, tão grandes.

01 abril, 2011

fonte inesgotável de ilusões


temi pela tua perda durante meses, quase anos, tanto tempo como aquele que levei a aceitar que estaria melhor se te deixasse ir. tremia apenas de pensar em ouvir-te dizer "adeus", era incapaz de me imaginar sem ti, estivesses tu onde estivesses e foram muitas as lágrimas que impedi de escorrer pelo meu rosto. durante todo esse tempo, meses, quase anos, tentei provar a mim mesma que o que sentíamos seria mais forte do que o tempo e as suas circunstãncias. se alguma vez acreditei no amor intemporal foi do teu lado enquanto julgava ser impossível um dia esquecer o que sentira, esquecer tudo o que me tinhas dado, cada sorriso e cada lágrima. orgulhava-me de ti e do que tínhamos construído e sempre esperei que o mundo parasse para nos ver sorrir juntos. entre promessas quebradas e sorrisos irónicos crescemos e mudámos criando a distância que sempre quisemos evitar e que pareceu imperar entre nós. esse tempo, todo esse tempo que levei a habituar-me a desistir de ti, tornou impossível uma última oportunidade. foram tantos os sonhos que se desmoronaram diante dos nossos olhos e nada fizemos para o impedir. diz que o nosso amor estava perdido, eu digo que sim, o amor também se esquece. eu esqueci, esqueci ao ponto de hoje não saber o que isso é. tornei-me naquela que já não sabes amar, aquela que já não sabe amar.