02 fevereiro, 2011


o momento tinha chegado e era já impossível aguentar aquela horrível ansiedade. algo me sufocava, sentia um aperto nem sei bem onde, parecia estar por todo o lado como se o meu próprio corpo me culpasse pelo que acontecera. mas não era culpa minha, eu sei que não. culpa o coração, culpa o tempo, mas não a mim.
a maneira como me olhavas intimidava-me, conseguia sentir o medo que se apoderava de ti, o medo da minha decisão que tanto quanto sabias já estava tomada e que o meu orgulho não deixaria voltar a trás.
era tarde de mais para desculpas ou pedidos, ultrapassei o medo e a vontade de te deixar livre era forte o suficiente para não pensar no "depois". falei em poucos segundos e quase sem respirar enquanto contia as lágrimas com toda a força que tinha dentro de mim. 
estava quente, lembro-me bem, apesar de o sol já ter descido tanto que era quase impossível olhar para ti, no entanto permanecias absurdamente imóvel quando calmamente me perguntas-te se a minha decisão estava tomada, se era isso que realmente queria. consenti imediatamente com o olhar e voltei as costas, não iria arriscar olhar para ti pois sabia que reconhecerias uma réstia de insegurança em cada expressão da minha face.

conseguia ouvir-te chorar a escassos metros de mim e esperei que me ouvisses gritar em silêncio que as leis do universo seriam quebradas só para nos juntar numa próxima vida, prometo.

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